segunda-feira, abril 16, 2018

HARMONIA E AMOR.




Se observarmos a natureza sentiremos a harmonia mais de perto. O mundo orgânico, para andar bem, não pode prescindir da harmonia, que é a base da própria vida universal. E aí está um convite para viver na paz e entender os dons que possuímos. A harmonia pode ser exercitada por toda a vida; falando, ouvindo, vivendo-a. Experimenta olhar pacificando  e sentirás um bem estar indescritível a invadir o teu coração. Vigias o que falas, se em nossas  palavras conduzimos o bem, estaremos conduzindo o amor, que é a harmonia, mais perfeita que conhecemos.  Sejamos coerentes com a vida que ela nos devolverá mais do ofertamos. Cada um de nós, tem um caminho a seguir,  o que não podemos é desdenhar quem segue por um outro:  analisemos e abençoemos.  Em algum lugar, no tempo certo, os que alimentam pensamentos de fé, à procura da verdade, encontrarão com aqueles que ainda vão percorrer os mesmo caminhos.  Contradizer os outros somente porque não comungam os mesmos pensamentos é ignorar a própria verdade, que se veste de muitas formas. Não sejamos “do contra” a nada, mas fiquemos sempre ao lado do bem, em todas as dimensões da vida.

(Baseado em"Cura-te a ti mesmo", de João Nunes Maia, pelo espírito Miramez)

domingo, novembro 05, 2017

DE ORADORES E ORAÇÃO.

Nos ensinam os dicionários que orador é aquele que discursa em público, orador sacro é o que faz sermões, um pregador. 
Mas, como discurso e sermão não fazem parte de nossa conversa, isto me induziu a trazer, para juntos compartilharmos, as palavras de alguém que, certo dia, encontrou a iluminação espiritual. Um pagão, filósofo, orador, um pecador, um ser humano, como todos nós imperfeito, que, por Graça Divina, se converteu.
É dele, esta exegese sobre a Oração:


“Só no recolhimento de uma vida oculta é que podemos gozar e amar a beatitude da verdadeira felicidade. 
No recolhimento, sobrevém aquela alegria genuína e profunda que nada tem com aquilo que geralmente se chama alegria. 
Bondade, amor, piedade, inocência do coração, modéstia, domínio sobre ti mesmo – são coisas que deves possuir sempre: na vida pública e na solidão; no meio dos homens e a sós contigo em casa; na conversa e no silêncio; no trabalho e no repouso. Sempre deves conservar estas coisas – e tudo isto está no teu interior. Entra no teu íntimo! Não vás para fora – entra em ti mesmo! No homem interior é que habita a verdade. 
No recesso da Alma racional, bem no homem interior, aí é que deves procurar e implorar a Deus. É ali que ELE quis habitar. 
Os homens clamam – ELE, porém, ensina no silêncio. 
Os homens falam com palavras – ELE, porém, fala com pensamentos de discreto mistério. Fala ao espírito do homem, não exteriormente pelo ouvido e pela vista, mas interiormente pelo coração. 
Não é com palavras, não é com letras que a Verdade costuma falar. Aos corações atentos, ela fala no interior, ensinando sem ruído, iluminando com a Luz do Espírito. A oração é um clamor da Alma e não da voz ou dos lábios. É no íntimo que soa este clamor – e Deus o ouve.
Quantos são os que clamam com a voz - e são mudos no coração! Falar muito na oração é lembrar desnecessariamente o necessário – ao passo que orar muito é bater, com o Espírito perenemente piedoso, à porta daquele ao qual oramos. 
E isto se faz antes suspirando do que discursando, antes chorando do que falando. Muito amor, não muitas palavras – seja esta a tua oração!”
E nada mais precisa ser dito.

Palavras de Agostinho, nascido em Tegaste, norte da África, atual Argélia, em 354 e que a Igreja Católica santificou: Santo Agostinho. Converteu-se cristão aos 32 anos. 
Tornou-se monge, sacerdote, bispo. 
Morreu aos 76 anos, em Hipona, também na atual Argélia.

domingo, outubro 15, 2017

O PENSADOR NO DIVÃ.

No consultório de minha terapeuta.
- Olá seu Dedé, entre, acomode-se no divã, relaxe. Tudo bem?
Enquanto ajeitava meu já desengonçado corpo, pensei: Se estivesse tudo bem, eu não estaria alí...
Mas, preferi ficar só no pensamento, e respondi:
- Vivendo e aprendendo a jogar, doutora Ana Lisa. É difícil conviver com desonestidade, desgraças, tragédias que acontecem à nossa volta e isso me entristece.
Em resposta, silêncio.– Prossegui:
- Por aqui, violência crescente, insegurança; a intolerância levando à odiosa discriminação, isso somado à endêmica corrupção, com todos os envolvidos se dizendo inocentes. Do outro lado, líderes mundiais tresloucados, insanos, ameaçam usar armas nucleares e dar um fim ao que parece não ter dado certo, a raça humana. 
Ela interrompeu:
- Compreendo sua indignação, infelizmente estamos em uma época de transição, tempos difíceis e, sem entrar no mérito das questões, entendo que cada um de nós deve fazer o melhor, independente do que acontece à volta.
Comentário mais neutro, impossível - pensei - mesmo porque, ela já havia deixado claro, o escopo da terapia é confrontar o paciente com as verdades da vida. Ainda assim, uma dúvida permanecia:
- Doutora, será que algum dia conseguiremos conviver com aqueles que achamos “diferentes”, ou o lema é “o inimigo mora ao lado”?
- Perguntas que merecem uma reflexão, mas que, de minha parte, ficam sem resposta–disse ela, acrescentando:- O que posso garantir é que nosso tempo, por hoje, terminou, sessão encerrada.
Saí de lá sentindo que nossas conversas estão ficando mais curtas; com um convite para refletir, mas com a certeza de que as respostas estão comigo e se apresentarão no momento certo.