Dia dos Músicos

22 de novembro, consagrado à Santa Cecília, padroeira dos músicos.

Não se tem muita informação sobre ela, provavelmente foi martirizada entre 176 e 180, durante o império de Marco Aurélio. Mas, escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre sua existência. Antes de sua morte, Cecília durante três dias e três noites, ficou entoando cantos de louvor a Deus, daí o título de padroeira dos músicos.

A música, “voz” da alma, não existiria sem eles. Parabéns a todos que fazem nossa vida mais feliz.

O SOM DO SILÊNCIO

Emmanuel, por Chico Xavier, no livro Palavras de Vida Eterna, recomenda: “Cada vez que nossos lábios cedem ao impulso da queixa, quase sempre estamos simplesmente julgando a vida que nos é própria. Observa, assim, em ti mesmo e deixa que a consciência te vigie a palavra.

Em toda conversação, na qual sejamos induzidos a examinar o comportamento do próximo submetido à censura alheia, vasculhemos o íntimo, concluindo se não teríamos praticado incorreções iguais ou maiores no lugar dele. E, em todas as circunstâncias, não nos esqueçamos de que, em nos queixando de alguém, estaremos intimando, automaticamente, a nós mesmos a viver em nível mais alto e a fazer coisa melhor.”

Desnecessário acrescentar palavras, profundas divagações. Somente reafirmar que a invocação a nos aperfeiçoarmos a cada dia, vigiando nossos atos e nossas palavras, está reluzindo no texto tal qual o sol em águas cristalinas. 

Vamos então nos abstrair do mundo exterior, nos recolher e ouvir aquela voz que - segundo a crença de cada um - poderá ser a de um ente superior, do anjo da guarda, do seu “eu” interior, a sua intuição. O "silêncio" vai nos revelar o que fizemos de certo ou de errado, vai nos ensinar a planejar, vai nos dizer o que deixamos de fazer. Essa voz vai nos incitar a um autoaperfeiçoamento, a um aprendizado que ninguém poderá nos ensinar. Sabe por que? Porque o máximo que uma pessoa conseguirá passar é uma informação e só a informação não basta. É necessário que o som do silêncio nos traga as “palavras” que são emanadas e que, só cada um de nós, poderá ouvir. 

Só saberemos e conheceremos quando vivenciarmos, quando sentirmos diretamente o que o som do silêncio está dizendo. A propósito, você deve conhecer a frase: “Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça!” Vamos dar uma chance ao silêncio, ele vai nos ajudar a manter nossa vida em equilíbrio. 

CARIDADE

O amor e a generosidade têm um papel primordial ao praticarmos a caridade. Não a caridade com o propósito de conquistar mérito ou receber uma recompensa em troca. Devemos sim exercitar da melhor forma possível, com espontaneidade, generosidade e alegria, o ato generoso em favor do próximo. Essa doação poderá até ser monetária, mas não se restringe a isso. Uma palavra amiga, um gesto fraterno, um trabalho voluntário, fazem parte dessa entrega, uma tarefa que não tem limites e que, muitas das vezes, fará um bem maior a nós mesmos.

O sentimento de felicidade se apresenta quando o levamos a alguém sem nada pedir em troca.

Se conseguirmos dar o correto sentido à essa prática, estaremos expressando o seu real valor, ou seja o amor, que é a raiz de tudo e o modo pelo qual tudo deve ser feito.

TERAPEUTICAMENTE CORRETO

- Olá seu Dedé, entre, tudo bem? Acomode-se no divã.

Enquanto ia me ajeitando, pensei com meus botões: Se estivesse tudo bem, eu não estaria alí... Mas fiquei só no pensamento e respondi:

- "Vivendo e aprendendo a jogar", doutora Ana Lisa. Fica difícil conviver com tantas desgraças, tragédias que acontecem à nossa volta, isso me entristece.

Em resposta, silêncio. – Prossegui:

- Os conflitos na Ucrânia, Iraque, Israel e Palestina chamam a atenção do mundo, imagens chocantes desse inegável absurdo que tira vidas humanas tal qual objetos descartáveis. Por aqui, a violência crescente, a falta de educação de boa parte das pessoas levando à odiosa discrimição, ao preconceito.

Ela interrompeu: 

- Compreendo sua indignação e chego mesmo a filosofar, pensando que a criação da raça humana não deu certo... Infelizmente, estamos vivendo uma época de transição de valores e é preciso que cada um procure fazer bem a sua parte.

Cada vez mais inquieto, perguntei:

- Mas doutora, por que a paz é tão difícil?

- Difícil dizer, seu Dedé. Entendo que nossas atitudes possam, sim, promover paz e esperança. Nos conflitos internacionais, é evidente que há os interesses econômicos ocultos, mas a resolução não deveria passar pelo derramamento do sangue de inocentes.

- Pois é, quem sabe aonde chegaremos com tanta intolerância e violência. Será impossível conviver com o “diferente”? Ou o lema é “o inimigo mora ao lado”?

- Perguntas que merecem uma reflexão, mas que poderão ficar sem nenhuma resposta - e sorrindo, acrescentou: - O que posso garantir é que nosso tempo, por hoje, terminou, sessão encerrada. 

Saí de lá bem melhor do que quando cheguei e com uma certeza que só fez bem: além dos conhecimentos inerentes à terapia, conheci o lado politicamente correto da doutora Ana Lisa.

(Ilustração: On-Line Consulting, Therapy & Psychoanalysis)