domingo, outubro 25, 2009

11/10/2009
A utopia de Lennon e o Nobel de Obama.

Neste 9 de outubro o mundo ficou sabendo que o presidente norte-americano, Barack Obama, foi premiado com o Nobel da Paz, 2009. E aí começaram aquelas intermináveis discussões: merece ou não merece; é justo ou não; “mas, já”? Ele mesmo se mostrou surpreso e afirmou não ter certeza de ser merecedor dessa honraria. Desde que assumiu o cargo em janeiro deste ano, em meio à crise financeira, a comunidade internacional está focando o trabalho de Barack. Afinal, o primeiro presidente negro da maior potência mundial, fez-se conhecer, também, pelos discursos anti-belicistas durante a campanha eleitoral, bem ao contrário de seu antecessor, o war-man George W. Bush. O presidente do Comitê Nobel da Noruega - (o Nobel da Paz é o único anunciado na Noruega, os outros o são na Suécia) - justificou a escolha dizendo que “foi dada muita importância à visão e aos esforços de Obama na perspectiva de um mundo sem armas nucleares”, além do comprometimento “para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”. Dito isto e tirante a minha opinião, é certo que esse laurel vai aumentar, em muito, a responsabilidade de Barack Obama diante do olhar internacional, sempre vigilante e muitas vezes de viés. Coincidentemente, também em um 9 de outubro, mas em 1940 durante a II Guerra Mundial, vinha ao mundo em Liverpool, Inglaterra, John Winston Lennon, ou simplesmente John Lennon, um dos Beatles (ou para muitos o melhor), que se transformou em um dos ícones do século XX. Marcou presença, além da genialidade na música, por sua posição política contestadora e polêmicas declarações. Entre tantas genialidades, em 1969 compôs “Give Peace a Chance / Dê uma chance à Paz”, um libelo contra a Guerra do Vietnã, onde resumia todo o blá-blá-blá em “tudo o que dizemos é dê uma chance à paz”. Em 71, “Imagine”, visualizava um mundo onde as pessoas viveriam em paz: “Imagine que não há nenhum país, não é difícil de fazer; nenhum motivo para matar ou morrer; imagine todas as pessoas vivendo em paz; você pode dizer que sou um sonhador, mas eu não sou o único”. Um hino da paz em todo o mundo. Um sonhador que nos deixou em dezembro de 1980 pelo revólver de Mark David Chapman, sem ver seu ideal transformar-se em realidade. Ao traçar este paralelo entre os dois, a conclusão nos remete a uma pergunta que, por ora, fica sem resposta: o presidente americano será merecedor de fato e de direito do Nobel da Paz, conseguindo tornar realidade a paz tão sonhada e cantada por Lennon ou será, ele mesmo Barack Obama, a própria utopia? Dedé Gomes - nem doutrinando, nem comentando; simplesmente conversando com você.

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