segunda-feira, janeiro 11, 2010

De volta das férias.
Vocês e eu, é claro, já estávamos sentindo falta da Dra. Ana Lisa, a minha psicoterapeuta. É necessário explicar que nem eu nem ela desistimos: eu, da terapia e ela de me atender. Simplesmente, as férias de final de ano interromperam temporariamente as consultas.
Nessa época, ela vai visitar os parentes que ainda residem em Vacaria, no Rio Grande do Sul (já comentei que ela é nascida nessa cidade). Lá ainda estão os remanescentes dos primeiros Lambruscone que imigraram da Itália no século dezenove. Daí o nome da doutora, Ana Lisa Lambruscone
Dito isto, estou de volta ao consultório e percebo que ela também aproveitou para dar uma modernizada no ambiente.
-Está bem melhor agora doutora  – comentei, já deitado numa chaise long –  mais confortável, mais aconchegante...
-Obrigada seu Dedé, já não era sem tempo. Um ambiente assim, mais “clean”, facilita psicologicamente a interação. Bem, mas vamos ao que interessa. Fale... como o senhor está se sentindo...
-A bem da verdade, doutora Ana Lisa, essa época de Natal e ano novo, teria tudo para ser alegre, festiva, mas a senhora sabe, essas tragédias que aconteceram encenaram uma verdadeira tragicomédia nesse imenso palco onde, nós seres humanos, atuamos. Alegria e tristeza; prazer e dor, trazem de volta velhos questionamentos: o porquê disso, a razão daquilo. Isso abala e mexe com as emoções de qualquer pessoa, até as mais insensíveis não é mesmo?
-Evidente, seu Dedé. Nestes nossos encontros são levados em consideração todos os fatores que entram em jogo em um quadro clínico e sua cura. A analogia feita com uma peça tragicômica, é uma maneira sensata de abordagem - e após uma pequena pausa  prosseguiu -  isso mostra uma sensível melhora no seu modo de encarar as situações.
E, enquanto ela já se levantava da poltrona, comentei satisfeito:
-Obrigado, mas isso se deve à sua competência doutora Ana Lisa e, se me permite, nunca um nome esteve tão bem ligado à uma profissão.
-Então tá, seu Dedé – disse quase sorrindo – até nossa próxima sessão.
-Até doutora.
Ainda bem que ela não lê pensamentos, porque a coincidência não fica apenas no nome não. No sobrenome também, ela não despreza uma taça de um bom vinho...

Um comentário:

  1. Anselmo disse...
    Realmente a dificuldade da vida é se dar conta que a dor vive de mãos dadas com a alegria, que a infelicidade caminha junto com a felicidade e que o nosso coração deve estar preparado tanto para uma coisa quanto para outra. Este é o grande segredo de viver e permanecer perene sem a possibilidade de não enlouquecer de vez. Ainda bem que temos os nossos caminhos para chegar até aquele Ser Especial, manancial de sabedoria, paz, amor e beleza que chamamos de todo poderoso, onde podemos nos abastecer para suportar estes revezes marcantes em nossa vida. Este, acho eu, é o grande caminho. Abraços.
    Anselmo

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