domingo, outubro 25, 2009

21/09/2009 Reforma Íntima

 Quando falamos em crianças, imediatamente nos lembramos de pureza, inocência, ingenuidade, enfim, tudo o que ainda não foi corrompido. Claro, porque nelas as imperfeições, maldades, vícios, não estão presentes. Não poucas vezes nos pegamos comentando: “é inocente como uma criança”, “parece criança, age sem maldade”, não é mesmo? E o pior, isso é dito com aquele ar crítico, em tom de superioridade, querendo mostrar uma pretensa sabedoria. É... mas os anos vão passando e o tempo, aos poucos, vai nos abrindo a consciência para melhor assimilar as verdades da vida ( não por acaso existe o ditado dizendo que o tempo é o melhor conselheiro). Os erros, os vícios, as imperfeições, dificultam a nossa melhor compreensão mas, ao mesmo tempo, eles devem impulsionar a nossa vontade, porque a necessidade de fazer despertar o homem espiritual passa pela obrigatoriedade de uma reforma, que só será conseguida quando essa vontade for maior que os apelos materiais.Vamos aprendendo e tentando, tentando e aprendendo a nos livrar dos vícios, das imperfeições para, assim, estarmos em condição de fazer brilhar a centelha divina do Criador presente em cada um de nós. Quão difícil é para o ser humano conseguir se libertar dos laços materiais que o impedem de uma entrega total à missão de praticar o bem, ou seja, amar o próximo. Sim, porque enquanto o apelo material for maior, o homem não poderá deixar assomar a essência espiritual que nele é latente. É muito mais “fácil” seguir pela trilha do mal saber, do mal pensar, do mal dizer, do mal querer, do mal conhecer nossas melhores possibilidades de crescer interiormente, já que o homem carnal é predominante. A centelha divina, que está em cada um de nós, precisa ser avivada e mantida através de nossas melhores ações, de nosso bem saber, do bem pensar, do bem fazer, do bem querer. E essa mudança, essa reforma íntima, terá de ser feita sem tréguas, sem retrocessos, sem remendos. Não é o caso de colocar remendo novo em roupa velha (Marcos II: 21); pouco ou nada adiantaria. É preciso retirar totalmente o velho traje, abandoná-lo e vestir aquela roupa que foi feita sob medida para nós, mas que teimamos em não usar, porque ou entendemos “que não ficaríamos bem”, ou porque “ela é muito boa para nós”. Com certeza, quando assim o fizermos, poderemos evoluir para um estágio em que poderemos ter a “pureza criança e a compreensão adulta – a sabedoria adulta e a inocência criança”.

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