quarta-feira, março 28, 2012

MILLÔR


Ele mesmo se definia como "um escritor sem estilo". Modéstia? Humildade dos gênios! 
Sinceramente, é dificil para um simples leitor e admirador, escrever - uma arte que ele dominava - uma homenagem sobre uma personalidade genial como Millôr Fernandes.
Jornalista, escritor, tradutor, dramaturgo, desenhista, esse carioca nascido no Méier, fazia piada até com o nome que, na realidade, era Milton e se tornou Millôr por falhas ortográficas, e também com a idade: registrado em 27 de maio de 1924, afirmava ter nascido no dia 16 de agosto do ano anterior.
Melhor do que tudo é revisitar e postar alguns - como ele mesmo chamava - poeminhas.

"Nunca soube porque tanta gente teme o futuro.
Nunca vi o futuro matar ninguém,
Nunca vi o futuro roubar ninguém,
Nunca vi nada que tivesse acontecido no futuro.
Terrível é o passado, ou pior, o presente!"

Reflexão sobre a Reflexão.
"Terrível é o pensar.
Eu penso tanto
E me canso tanto com meu pensamento
Que às vezes penso em não pensar jamais.
Mas isto requer ser bem pensado
Pois se penso demais
Acabo despensando tudo que pensava antes
E se não penso
Fico pensando nisso o tempo todo."

    Poeminha com Saudade de Mim Mesmo.
"Quando eu morrer
Vão lamentar minha ausência
Bagatela
Pra compensar o presente
Em que ninguém dá por ela."
Millôr Fernandes (16/08/1924-27/03/2012)

3 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, Deo!
    Millôr é ótimo. Sua obra permanece e por isto o verbo está no tempo presente.

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  2. Muito bom mesmo, parabéns pela empreitada.

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  3. Muito bom lembrar de Millôr.
    Pena que ele caíra no esquecimento de muito gente.
    O problema do tempo.
    Ele tem um poeminha sobre o tempo que eu gosto muito.

    O Despertador desperta,
    Acorda com sono e medo;
    Por que a noite e tão curta
    E fica tarde tão cedo?

    Um abraço,

    Vanessa.

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