sábado, janeiro 21, 2012

O que será que têm em comum a dona Maria Verônica, aquela que foi grávida sem nunca ter sido; "il comandante" Schettino, aquele que "caiu no bote"; o capitão De Falco, da Guarda Costeira, aquele do: "Vada a bordo, cazzo!" E a Luíza, aquela que estava no Canadá?
Era a pergunta que eu me fazia antes de começar a escrever. Em comum, nada.
Na verdade, eles praticamente dominaram a mídia e as redes sociais durante estes últimos dias.
Dona Maria Verônica, no auge de um surto fantasioso exibia, com um também falso sorriso, a barriga surrealista, onde estariam acomodados os quadrigêmeos.
"Il comandante" cretino, digo, Schettino, enquanto o Costa Concórdia ia de encontro à costa e às pedras, jantava com a loira moldava, degustando uma garrafa de fino vinho tinto.
A par disso, a postura do capitão da Guarda Costeira, Gregório De Falco, considerado um herói na Itália, interpelando "il comandante" e chamando-o de volta à responsabilidade pela vida de quatro mil pessoas. "Bravo capitano, bravissimo!"
Pensando melhor, percebi que há algo em comum. Senão, vejamos: Schettino, tal e qual dona Maria Verônica, fantasiosamente julgava-se comandante, "o último a deixar o navio" mas, de repente, escorrega e cai no bote salva-vidas... E mais, tão surreal quanto aquela barriga, surge a Luíza. Ela que nada sabia, alheia a todo esse imbróglio, tornava-se ícone no twitter, facebook, rádio, tv, jornais, mesmo estando no Canadá.
Sinal dos tempos ou estaríamos com todos os problemas resolvidos?

3 comentários:

  1. A meu ver, a falsa grávida é digna de pena. Não creio que pretendesse fazer dinheiro com aquela artimanha, mas que tenha sérios problemas psicológicos a serem tratados.
    O capitão é mais um entre profissionais negligentes, que colocam em risco e ceifam a vida de tantas pessoas em situações diversas. Mais um caso a ser tratado pela justiça. Felizmente, quase sempre existe um "herói", cuja nobre missão é "limpar a sujeira" espalhada pelos anti-heróis.
    Por fim, o caso Luiza. Aqui o que me frustra é ver o enorme destaque dado pela mídia a banalidades, quando há assuntos econômicos, politicos e sociais carentes de nossa atenção, de nossa análise e crítica e, por que não dizer, de nossa cobrança. Se canalizássemos nossos esforços para esses fins, talvez esse país já fosse mais justo e menos desigual...Perdemos muito tempo com banalidades...

    ResponderExcluir
  2. Então seu Dedé...
    Mas que bela "costurada" de texto!
    Tirando a tragédia que foi o naufrágio do Costa Concórdia, não posso deixar de dizer que me diverti muito com as piadas que surgiram nas redes sociais e imprensa, de um modo geral, esta semana. As trapalhadas do comandante Schettino são dignas de uma boa comédia italiana. E o senhor, como amante de cinema, pode escolher o elenco. O Capitão De Falco, como ele mesmo afirmou nas entrevistas, só cumpriu o seu dever. Não podemos negar que foi com honra e autoridade. O diferencial é que o mundo precisa de heróis e ele foi a "bola da vez", graças à covardia de Schettino que, como rato, abandonou o navio com sua bela acompanhante.
    Por outro lado, o que faz uma pessoa ir a público anunciar uma inexistente gravidez de quádruplos, com a anuência da família, sem pensar que mais cedo ou mais tarde essas crianças teriam que aparecer? Doença? Ganância? Infantilidade? Talvez a palavra certa seja mesmo... picaretagem. Acredita ser esperta demais e nós, meros espectadores, um bando de alienados.
    Já a bela Luíza, que voltou do Canadá, ganhou celebridade instantânea graças à "pavonice" do papai vaidoso e de uma boa dose de Marketing. Vale lembrar que Luíza está com 17 anos e não pode, ainda, posar para revistas masculinas. Sua fama resistiria a mais um ano? Logo será esquecida, assim como Maria Verônica, a orgulhosa mamãe de uma enorme barriga de silicone. Não serão as únicas. Os integrantes daquela constrangedora casa de mentira e luxúria da Globo também. Mas esta é uma outra história.

    Enquanto isso... lá no Planalto...

    ResponderExcluir
  3. Não são os sinais do tempo não, acredito que são os sinais dos que querem dar muita publicidade para casos que não tem importância e infelizmente, a mídia, que deveria canalizar os assuntos de real importância, se reserva no direito de nos apresentar banalidades como se fossem destaques, e o pior de tudo é que sucumbimos a isto. O fatos nos levam a crer que as pessoas gostam de se preocupar com os candidatos do BBB ao invés de se preocuparem com a mudança na pasta da Educação. No Brasil, é mais importante a Luisa do que a Dilma e seu governo, resumindo, estamos criando uma nova forma de encobrir os fatos relevantes com fatos sem nenhuma relevância. E mais uma vez a política do Panem et circenses são vencedores desde os tempos de Roma (século X a.C.), notemos que agora a forma é outra.... Infelicidade.

    ResponderExcluir