segunda-feira, dezembro 19, 2011

DOS FINS, DOS MEIOS E DO MELHOR DO MUNDO
"Os fins justificam os meios". Sendo mal interpretado ou não, o dito do filósofo italiano Maquiavel tornou-se o apanágio de muitos políticos, principalmente daqueles sem escrúpulos. Mr. Bush, conhecido também como Mr. War, pode ser considerado um deles. Em 2003, o então presidente norte-americano, afirmou que o governo do Iraque possuía armas químicas e biológicas, um risco para os USA e o mundo. Jamais foram encontradas.
Em seguida, denunciou que o ditador Saddam Hussein seria um aliado e protetor de Bin Laden e da rede terrorista Al-Qaeda. Da mesma forma, nenhuma prova.
Em março de 2003, apoiado por tropas britânicas, italianas, espanholas e australianas, os Estados Unidos deram início à invasão do Iraque. Para encurtar a conversa, após quase nove anos e ao custo da morte de 4.484 militares americanos, 318 aliados, cerca de 116 mil civis iraquianos e mais de 32 mil feridos, com um "investimento" de quase 2 trilhões de dólares, o presidente Barak Obama, já visando à reeleição (um fim, digamos, mais "nobre" do que o de seu antecessor), anuncia a retirada das tropas e dá por encerrada a guerra. Ao transpor a fronteira, o último comboio postado além de Bagdá deixa como legado, segundo os americanos, um modelo de democracia para toda a região", enquanto os iraquianos constatam que a situação de insegurança, fragilidade política e econômica, em nada mudou.
Os fins justificaram os meios? Talvez sim, para as chamadas mentes "maquiavélicas".
E quais seriam os meios para um time conquistar o título mundial? Evidente, jogando futebol. Mas é, de fato, futebol o que se pratica por aqui?
Neymar sentenciou: "Foi uma aula de futebol do melhor time do mundo". E podemos ir além: deste e também do outro mundo. O Barcelona, sem dúvida, é uma equipe extra-terrestre.
Real Madrid, Manchester United, Bayer, Milan.... já passaram por isso, quer dizer, imaginaram que poderiam vencer, até começaram na frente do placar, mas acabaram se curvando à majestade do Barça. "Então, eles são imbatíveis?" Não, a máquina catalã, às vezes, não engrena. Este ano foram cinco derrotas e doze empates, o que, sem dúvida, não invalida o título de melhor do mundo, mas também é uma prova de que a perfeição não existe, nem "em outro mundo".
A diferença entre o futebol que o time catalão apresenta e o nosso é imensurável, a distância é alguma coisa abissal (já falando em mar, peixe, entenderam?). E após o jogo em Yokohama, ficaram perguntas que os "mais versados" em futebol devem responder: O Santos não jogou nada porque ficou reverenciando o adversário? O Santos exagerou no fair-play? O Santos entrou em campo, assustado?
Para os santistas, além do vice-campeonato, uma constatação: melhor ser derrotado, na final do mundial inter-clubes no Japão, pelo Barcelona de Messi, Iniesta, Xavi, Guardiola... do que ser eliminado, na primeira fase da Libertadores em Ibagué (Colômbia), pelo Tolima de... de... ... de quem mesmo?

3 comentários:

  1. Mestre

    Da guerra, essa insanidade, me recuso a falar. Até porque seriam, apenas, palavras desconectadas de uma realidade que não entendo. O maquiavélico da coisa, para mim, está nisso mesmo, ou seja, os próprios articuladores da barbárie não agem por convicção. Então, o que há por entre as sombras? Vá se saber...

    Sobre o Santos, de Neymar, Ganso e companhia bela, o acidente de percurso diante do Barcelona foi uma dádiva. Ver a Joia da Vila reconhecer a superioridade do adversário (veja bem, não inimigo) foi o que melhor poderia acontecer para esse "menino-gênio da bola". O reconhecimento foi genuíno, denunciado pelo quase soluço do menino que acorda para a vida, ao admitir que o Barça, hoje, é imbatível. Ademais, as perguntas que você formula são pertinentes. Todas, pois cada uma das hipóteses que você aventa tem a sua razão de ser.

    No entanto, era preciso que Neymar caísse em sí. Paparicado, bem remunerado (mercê do talento que possui), o craque vive rodeado de pessoas que dizem "Neymar, você é o máximo". Ele descobriu que não é, ainda. E o fez da melhor maneira possível: defrontando-se com jogadores acima da média e que, por serem vistos de longe, pareciam irreais. A descoberta pode ter sido um choque, porém positivo. Vi na expressão do garoto a centelha que desencadeia uma explosão.

    Depois dessa experiência, a Joia cresceu. O menino sentiu na pele que não basta que lhe digam que é bom; é preciso ser bom, numa paráfrase à célebre frase sobre a conduta da mulher de César.

    Prepare-se, meu amigo Dedé...cadas, para ver um novo Neymar. A lição valeu. Disputar a final do Mundial de Clubes com o Barcelona, talvez tenha sido o fato mais importante para o jogador que mal saiu das fraldas (profissionalmente falando, é claro), pois, agora, ele tem um norte.

    O sucesso não é só medido pelo dinheiro que alguém é capaz de ganhar, mas, também, pelo reconhecimento que inclusive seus iguais são obrigados a fazer. Exatamente como ele fez em relação ao Barça e, por extensão, a Lionel Messi, a Monalisa dos gramados do mundo. Indecifrável, meio sem jeito de jogador de bola, meio sem jeito de nada que gravita em torno da bola, o argentino franzino encanta a todos que o veem e deixa uma incógnita no ar: qual será o próximo feito?

    Se eu não estiver enganado, amigo, essa é uma das perguntas de Newymar em relação ao futuro dele como craque. Acho que a carreira do jogador chegou no ponto ideal para deslanchar de vez.

    O primeiro passo para o aprendizado é o reconhecimento da ignorância. Esteja certo: a Joia não ignora mais nada. Era o que faltava para que Neymar Jr. dispare rumo à estratosfera e alcance o "Olimpo" dos deuses do futebol

    Por último, você sabe que não sou corintiano e confesso que só posso entender o destempero final do amigo como desabafo de torcedor.
    Porque, de resto, não tem comparação.

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  2. Oi Dedé!
    No que diz respeito à invasão do Iraque é complicado explicar o inexplicável.
    Até hoje não entendo o motivo desta invasão.
    Quanto ao Santos acredito que eles estavam muito assustados com tudo que estava acontecendo.
    Sou da mesma opinião sua Dedé.
    Nenhum time é imbatível.
    Se o Santos tivesse mais seguro de si, eles poderiam até ganhar, mas não de 4 x 0.
    Mas agora é tarde.
    Achei a atitude do Neymar maravilhosa.
    Espero que esta lição ajude-o a melhorar cada vez mais seu lindo futebol.
    Sou Palmeirense frustrada, mas sou Palmeirense.
    Mesmo não torcendo pro Santos sou fã do Neymar.
    Um abraço,


    Vanessa Gomes

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  3. Então seu Dedé...
    Comumente usamos o termo “o fim justifica os meios” em referência a certos fins que são alcançados por caminhos não convencionais avessos à ética, à moral e bons costumes. Uma forma injusta e deturpada de interpretação da obra “O Príncipe” de Maquiavel. Prefiro ainda compactuar com o pensamento “cum fines est licitus, etiam media sunt licita (“Quando o fim é bom, também são os meios”) , como escreveu o teólogo Hermann Busembaum em “Medulla Theologiae Morallis”.
    Sobre os Meninos da Vila... Não minimizo um pouco que seja, o valor da equipe peixeira. O Barcelona vive um grande momento, é realmente o melhor futebol do mundo e talvez isso tenha intimidado nossos meninos. Entraram em campo já reconhecendo e respeitando a supremacia do time opositor. Ficou mais do que a lição. Ficou o aprendizado. Os “meninos” chegaram ao Japão pela porta da frente e saíram pela mesma porta, mas diferentes... Mais amadurecidos, profissionalmente falando. Que continuem “meninos grandes” como grande é o passado, o presente e o futuro do Santos Futebol Clube.
    Grande abraço

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