NA TELA DO BLOG: CHANCHADAS DA ATLÂNTIDA


"Aviso aos Navegantes" 1950. Dirigido por Watson Macedo, trazendo a dupla Oscarito e Grande Otelo, além de Anselmo Duarte, Eliana Macedo, José Lewgoy e Zezé Macedo. Números musicais eram também a marca registrada dos filmes nacionais dessa época, este tendo como cenário um luxuoso navio.



Trecho de "Carnaval Atlântida" 1952, comédia musical dirigida por José Carlos Burle. Mais uma das chanchadas que fazem paródia às grandes produções de Hollywood, no caso "Helena de Tróia". Oscarito, como o professor Xenofontes e mais Eliana Macedo, Cyll Farney, Maria Antonieta Pons, Grande Otelo, Renato Restier, José Lewgoy, Colé e Wilson Grey.  




"Nem Sansão nem Dalila" 1953. Com direção de Carlos Manga, o genial Oscarito na paródia nacional de Sansão e Dalila. Crítica política, trapalhadas, bem ao estilo das chanchadas da Atlântida. Fada Santoro, Cyll Farney, Eliana Macedo e Wilson Grey completavam o elenco.


 

Na época das chanchadas, era normal e, evidente, o sucesso de público nas paródias sobre os clássicos do cinema americano. Assim como em "Nem Sansão nem Dalila", este "Matar ou Correr"(1954), era uma divertira alusão ao cultuado western "Matar ou Morrer" ("High Noon"), estrelado por Gary Cooper e Grace Kelly. Mais uma vez, Carlos Manga, um dos maiores diretores de espetáculos do Brasil, estava na direção. Um faroeste gravado quase inteiramente em Jacarepaguá, no Rio. (Kid Bolha), Grande Otelo (Ciscocada), John Herbert ( Bill), Renato Restier (Bob), Inalda de Carvalho (Helen) e Wilson Grey. José Lewgoy, como o bandido "Jesse Gordon".  Curiosidades: último trabalho juntos dos maiores ocomediantes brasileiros da época, Oscarito e Grande Otelo, pois Otelo deixou a Atlântida em seguida.  
 





OSCARITO - o mais popular cômico do cinema brasileiro, por mais de 30 anos, chegou ao sucesso com a dupla formada com outro ícone do humorismo, Grande Otelo, nas chanchadas dirigidas, principalmente, por Carlos Manga e Watson Macedo. Carreira iniciada em 1933, com "A Voz do Carnaval". Para mencionar apenas alguns dos maiores êxitos na tela: "Este Mundo é um Pandeiro", "Carnaval no Fogo", "Aviso as Navegantes", "Barnabé, tu és meu", "Carnaval Atlântida", "Nem Sansão nem Dalila", "Matar ou Correr", "Papai Fanfarrão", e "O Homem do Sputnik". OSCARITO, nome artístico do espanhol, de Málaga, Oscar Lorenzo Jacinto de La Imaculada Concepción Tereza Diaz. Vindo de uma família circense, o pai alemão e a mãe, portuguesa, naturalizou-se em 1949. Foi casado com a atriz Margot Louro, com quem teve dois filhos. 

Fotos de Família - 0 Globo (Ana Branco)

Um acidente vascular terminou com a vida deste grande ator hispano-brasileiro, em 4 de junho de 1970, aos 64 anos.

 




Mineiro, de Uberlândia, Grande Otelo nasceu aos 18 dias de outubro de 1915. O início, em companhias mambembes. Chegou ao teatro de revista, ao cinema, em inesquecíveis parcerias com Oscarito e Ankito. Sua primeira incursão na tela foi em "Noites Cariocas" (1935). Na Atlântida, estreou em "Moleque Tião" (1943). Entre os maiores sucessos nas chanchadas com Oscarito, estão "Carnaval no Fogo", "Aviso aos Navegantes" e "Matar ou Correr". Com Ankito,  "De Pernas pro Ar", "Pistoleiro Bossa Nova", "Vai que é Mole", "Os Três Cangaceiros", este com Ronald Golias. "Macunaíma" (1969), foi um de seus mais aplaudidos trabalhos. Filmou com Orson Welles "It's All True", em 1942; com o diretor alemão, Werner Herzog, "Fitzcarraldo", em 1982. Foram 118 filmes, uma magistral carreira não só de chanchadas. Na TV, além de novelas, foi figura marcante na "Escolinha do Professor Raimundo", do também genial, Chico Anysio.
Sebastião Bernardes de Souza Prata, pai de cinco filhos, morreu vitimado por um ataque cardíaco, em 1993, quando chegava a Paris para ser homenageado no Festival de Nantes. Grande Otelo tinha 78 anos.

 


Acervo de Oscarito-O Globo (Ana Branco).



ANKITO (Anchizes Pinto -26/02/24). 
Paulistano, do Braz, um dos maiores protagonistas das chanchadas nacionais, nasceu praticamente no circo, filho do palhaço Faísca e sobrinho do lendário Piolim. Acrobata, saltador, ciclista, barrista e ator, um talento completo. Na Herbert Richers Produções participou em cerca de 56 filmes, sendo o primeiro "É Fogo na Roupa". Fez uma parceria de muito sucesso com Grande Otelo, iniciada em "Metido a Bacana (1957). "Pé na Tábua","Três Recrutas", "Marujo por Acaso", "Angu de Caroço", fazem parte de sua filmografia. Na TV, participou de programas humorísticos e novelas na Rede Globo:"Gina", "Marina", "A Sucessora", "Alma Gêmea", além de uma participação na série "Carga Pesada". Ankito teve três filhos, foi casado por três vezes, sendo sua última esposa, a atriz Denise Casais. Debilitado por um câncer no pulmão, faleceu, no Rio de Janeiro. aos 85 anos, em 29 de março de 2009. 
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José Vasconcellos (José Thomaz da Cunha Vasconcellos Neto- 20/03/1926-Rio Branco, Acre).
Este genial radialista, ator, diretor, produtor e humorista iniciou sua carreira profissional em 1941, no Programa "Papel Carbono", de Renato Murce na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Foi o produtor e atuou no primeiro programa de humor da TV brasileira,"A TOCA DO ZÉ", na Tupi de São Paulo, em 1952.O disco "Eu Sou o Espetáculo", calcado no show que ele fazia por todo o Brasil, vendeu cerca de 100 mil cópias em 1960, um recorde para um LP de humor.  

Zé Vasconcellos estreou no cinema em 1947, no filme "Este Mundo é um Pandeiro", dirigido por Watson Macedo e estrelado por Oscarito. Seu último trabalho na telona foi em "Bom dia Eternidade", 2009. 
Na TV, inúmeros programas e memoráveis atuações, como Rui Barbosa Sa-Silva, um dos  personagens da
"Escolinha do Professor Raymundo".
No rádio, tv, nos palcos e no cinema, um dos grandes nomes do cenário artístico nacional, sendo inclusive considerado o precursor do gênero "stand up comedy" 
Debilitado devido ao Mal de Alzheimer, afastou-se das atividades profissionais, passando os últimos anos em sua casa de Atibaia, no interior paulista.
José Vasconcellos faleceu em 11 de outubro de 2011, aos 85 anos, em decorrência de uma parada cardíaca.
O documentário "Ele é o Espetáculo", de Jean Carlo Szepilovski é uma homenagem à obra desse grande artista brasileiro. Assista

   

3 comentários:

  1. Assisti inteiro ao último vídeo, de cima para baixo. Uma hora e seis minutos de muita alegria. José Vasconcellos ou apenas Zé Vasconcelos foi grande até o fim. Levou para o túmulo a mágoa de não concluir o projeto da Vasconcelândia, mas sempre se declarou um homem feliz. Um visionário, definido por Jô Soares; um humorista que acreditava no amor, em autodefinição. Amor que tão eufonicamente combina com humor. Humor que, apesar da rima inexistente, se harmoniza inteiramente com José Thomaz da Cunha Vasconcellos Neto. A morte desse grande artista, no dia 11 de agosto de 2011, deixou uma grande lacuna no cenário artístico nacional. Parabéns, meu amigo Dedé...cadas, pela iniciativa da homenagem e pela garimpagem. O material que seu blog disponibiliza é de primeira grandeza. Digno da estatura artística deste humorista original.

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    1. Honrado e agradecido com sua participação e comentário, prezado amigo Flávio, o que por si só valoriza esta modesta, mas merecida homenagem a um dos expoentes do cenário artístico nacional. Abração.

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  2. Lembrar dos grandes astros que fizeram a alegria de tantas gerações, é o mínimo que nós fãs podemos fazer.Toda essa constelação de astros e estrelas do cinema nacional, merecem o nosso reconhecimento.

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